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ARRECADAÇÃO E JUSTIÇA SOCIAL

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Em 31/12/2023 o impostômetro atingiu o seu número recorde: R$ 3,05 trilhões de reais de tributos arrecadados no Brasil. Deste montante, o tributo mais expressivo foi o ICMS representando 20% deste montante, ou R$ 617 bilhões.

Apesar do recorde no recolhimento de impostos, a parcela destinada a investimentos em infraestrutura pública no Brasil continua caindo ano após ano.  Para citar apenas um exemplo, vejamos o caos no trânsito das rodovias, com excesso de veículos. Nossa infraestrutura rodoviária não recebeu nenhum investimento significativo nas últimas décadas. Já a venda de veículos e consequente arrecadação dela decorrente bateu recordes no mesmo período.

Todas grandes obras, desde a Marginais Tietê e Pinheiros em São Paulo, passando pela BR 101 e 116 que ligam o Brasil de Norte a Sul, foram realizadas há mais de 40 anos. De lá para cá nossa frota de veículos foi multiplicada por cinco, e estas rodovias continuam as mesmas. Outro exemplo é a educação pública, que dispensa comentários, basta ver as estatísticas do número de analfabetos funcionais no Brasil que não para de crescer.

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Recordes de arrecadação não são novidade no Brasil. Também não é novidade a falta de investimento em infraestrutura pública. Faltam investimentos em saneamento básico, educação, saúde e segurança. Em pleno 2024 ainda existem localidades nos estados do Nordeste onde não chegou sequer a energia elétrica. E ano após ano revemos o fato de que, União, Estados e a maioria dos Municípios, continuam deficitários, simplesmente porque gastam mais do que arrecadam.

Ano após ano os orçamentos são aprovados, garantindo-se o financiamento da máquina pública que não para de crescer, além da aprovação de recursos para emendas parlamentares, investimentos em empresas estatais deficitárias, fundos eleitorais bilionários, como este de R$ 4,9 bilhões aprovados para pagar a propaganda eleitoral das eleições municipais deste ano.

Em nenhum momento a reforma tributária recentemente aprovada ousou propor reduzir tributos. Parecia até assunto proibido durante a sua discussão. Segundo propagado, a Reforma Tributária vai garantir o crescimento da economia do país. Porém ainda não sabemos qual será a alíquota, o que seria determinante para que esta afirmação se concretizar.

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O que garante o crescimento da economia é o PIB, que vem com trabalho, emprego e renda. Tributo é apenas o resultado destes três fatores.  Caindo trabalho, emprego e renda, cai a arrecadação tributária.

Se a reforma tributária cuja alíquota ainda não conhecemos, trouxer aumento de tributação, teremos queda de investimento, fuga de capitais e consequentemente menos emprego e renda, com menor geração de tributos.  A fonte da justiça social não é o tributo, e sim o crescimento econômico que permitiu a ele (tributo) existir. Logo a verdadeira fonte da justiça e inclusão social é o trabalho.

Dr. Ivo Ricardo LozekamCurriculo resumido: Tributarista, Contador e Advogado, Articulista de Diversas Publicações, destacando-se a Revista Brasileira de Estudos Tributários;Repertório de Jurisprudência IOB; Coluna Checkpoint da Thomson Reuters; Associado ao IBPT – Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação; e Associado da APET – Associação Paulista de Estudos Tributários. Seus artigos de doutrina sobre a recuperação do crédito acumulado de ICMS, constam no repertório de vários Tribunais Estaduais, incluindo o STJ – Superior Tribunal Federal , e o STF – Supremo Tribunal Federal.

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